sexta-feira, 20 de maio de 2011

Sobre adotar


 E os que adotaram?

Recentemente, em uma viagem, conheci uma jovem que em 15 minutos me resumiu a sua vida. Ela falou de sua infância e adolescência repletos de rejeição, maus tratos e decepções, até que ela foi colocada em um abrigo para menores.
Eu, visivelmente, me surpreendi quando, no meio dos seus relatos, ela falou que foi adotada por um casal aos 16 anos (70% dos casais só querem crianças de até 3 anos). Em brincadeiras anteriores eu já havia observado a inteligência admirável e a personalidade irredutível dela. No fim dos relatos, ela encerrou dizendo: - Agora eu sou feliz!
É claro que eu quis saber mais sobre a família dela, mas ela precisou sair. Quando nós estávamos voltando da viagem, eu olhava algumas de suas atitudes que apresentavam sua forte personalidade e lembrei-me do que ela falou, que agora é feliz. Na minha cabeça ecoou a pergunta: - Será que os pais, que a adotou, estão felizes com a escolha? Na Revista Istoé, em 2009, foi publicada uma reportagem abordando este tema. O Lado B da adoção. Aquele lado que as pessoas costumam não comentar. Fiquei negativamente surpresa quando vi os números (que não são pequenos) de crianças que são adotadas e depois, mais uma vez, rejeitadas e devolvidas aos abrigos.
A intenção não é falar mal, até porque conheço vários casais que adotaram crianças, e outros que ainda pretendem adotar, mas vamos combinar que conviver é um pouco complicado. Uma amiga minha desistiu de adotar a criança ainda no início do processo, outra adotou e depois abandonou.
Espero muito que aqueles que desejam dar esse passo, estejam preparados para a mudança que vai haver em suas vidas, mudança geralmente boa. Enfim, são muitas as voltas que a vida dá, mas é muito bom saber que ainda existem pessoas como esse casal, que acolheu uma jovem quase adulta para mostrá-la, mesmo que tão tarde, o que talvez ela nunca tenha experimentado antes, o amor e uma família.

I Coríntios 13:13
O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta.